segunda-feira, 15 de março de 2010

Tremor de 6 graus na escala Richter volta a sacudir o Chile

Santiago do Chile, 15 mar (EFE).- Um tremor de 6 graus na escala Richter sacudiu hoje várias regiões do centro-sul do Chile que, em 27 de fevereiro, foram devastadas por um forte terremoto.

Segundo as autoridades, o tremor de hoje, registrados às 8h08 (mesma hora de Brasília), não causou vítimas nem danos materiais visíveis.

O epicentro do abalo sísmico foi localizada dez quilômetros abaixo do nível do mar, a 110 quilômetros da cidade de Concepción e a 430 de Santiago, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

O tremor, considerado uma nova réplica do terremoto de 27 de fevereiro, foi sentido entre as regiões de O'Higgins e La Araucanía, a 672 quilômetros da capital chilena.

O Escritório Nacional de Emergência (Onemi) disse, no entanto, que o abalo sísmico foi de 4 graus na escala Mercalli (que vai de 1 a 12) nas cidades de Linares, Cauquenes, Longavi e Concepción.

Já em Talca, Parral e Angol, a intensidade foi de 3 graus, ao passo que, em Santa Cruz e Curicó, foi de 2.

* do UOL Notícias

terça-feira, 9 de março de 2010

Sismólogos dizem que tremores não significam "fim do mundo"

Apesar da sequência de grandes terremotos, especialistas garantem: o mundo não está acabando

Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo





* USGS/Reprodução

Gráfico divulgado pela USGS mostra a incidência de terremotos por ano (de 1990 a 2010), em relação à magnitude (de 5 a 10) e profundidade (de -800 km a 0). Percebe-se que as ocorrências próximas de 9 graus são raras; mas os tremores profundos e próximos dos 5 graus são comuns

Em menos de três meses, 44 terremotos com magnitude superiores a 6 graus na escala Richter chacoalharam o planeta, segundo registros do centro nacional norte-americano de pesquisa geológica (USGS). A estimativa é que, ao todo, os tremores tenham causado esse ano mais de 223 mil mortes – o que já faz de 2010 o segundo pior ano da década em número de vítimas relacionadas a tremores. Apesar disso, os especialistas garantem: o mundo não está acabando.



* USGS/Google Maps/Reprodução

Mapa da USGS localiza os terremotos acima de 4 graus na escala Richter dos últimos sete dias

De acordo com os sismólogos, não há relação visível entre os elementos ligados à formação desses terremotos e é mero acaso a sequência de tremores nas Ilhas Salomão (3 de janeiro, 7,2 graus), no Haiti (12 de janeiro, 7 graus), no Japão (26 fevereiro, 7 graus), no Chile (27 de fevereiro, 8,8 graus) e na Turquia (8 de março, 6 graus).
Ano Mortes estimadas
em terremotos
2010 223.061*
2009 1.787
2008 88.011
2007 712
2006 6.605
2005 82.364
2004 228.802
2003 33.819
2002 1.685
2001 21.357
2000 231

* Fonte: US Geological Survey National Earthquake Information Center
* Até 8 de março de 2010

“Eles são todos terremotos, ou seja, têm a mesma definição: liberaram energia porque a rocha não resistiu a um esforço acumulado por um longo tempo. Mas eles não têm relação entre si, estão em placas litosféricas diferentes”, afirma Tereza Higashi, professora de geofísica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em entrevista ao UOL Notícias. “Felizmente, não. Ainda não é o fim do mundo.”

Para refutar a impressão de que estamos vivendo terremotos cada vez maiores, a professora cita dois enormes terremotos do passado: o tremor que atingiu a ilha de Sumatra em 2004, provocando cerca de 228 mil mortes; e o maior terremoto já registrado na história, que atingiu o Chile com a magnitude de 9,5 graus, em 1960. “Terremotos ocorrem desde que a Terra foi formada”, lembra a professora.
Coincidência

José Roberto Barbosa, técnico de sismologia da Universidade de São Paulo (USP), reitera que os tremores recentes são independentes entre si. “Ninguém conseguiu comprovar que haja relação entre esses terremotos”, afirmou.

O especialista afirma ainda que é impossível prever se no decorrer do ano podemos esperar uma atividade sísmica mais ou menos violenta.

“Pode ser uma coincidência. Pode ser que não aconteça mais nenhum tremor o resto do ano, pode ser que mês que vem um novo grande terremoto aconteça”, afirma.

O próprio centro nacional norte-americano de pesquisa geológica USGS oferece em seu site uma hipótese para explicar por que temos a impressão de que as tragédias estão aumentando.

“Muitas pessoas em todo o mundo continuam a nos perguntar se o número de terremotos está subindo. Embora possa parecer que estamos tendo mais terremotos, tremores de magnitudes superiores a 7 se mantêm praticamente constantes”, afirma a USGS.

“Uma explicação parcial pode estar no fato de que nos últimos 20 anos nós tivemos um aumento no número de terremotos que conseguimos identificar a cada ano. Isso se deve ao tremendo aumento no número de estações sismográficas no mundo e as melhoras na comunicação global”, acrescenta. “Em 1931, havia cerca de 350 estações operando no mundo; hoje elas são mais de 8.000”.

“De acordo com os dados de longo prazo (desde 1900), é possível esperar em média 17 grandes terremotos (de 7 e 7,9 graus) e um enorme terremoto (8 graus ou mais) por ano”, conclui.

“Mesmo esses números, são apenas uma média”, pondera a professora Higashi. “O grande sonho do geofísico é poder prever os terremotos. Mas terremoto é uma coisa muito complicada – no mesmo lugar, ele pode acontecer de maneiras muito diferentes. Mas é por isso que estamos estudando.”

sábado, 6 de março de 2010

Chile registra mais de 250 réplicas em uma semana


* Moradores correm em rua de Concepción após tremor de 6,3 graus que atingiu a região


Em São Paulo
Carlos Iavelberg
Do UOL Notícias



Desde o forte terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter registrado na madrugada do último sábado (27), a terra ainda não parou de tremer no Chile.

De acordo com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o país andino tinha sofrido 248 réplicas de magnitude igual ou superior a 4,5 na escala Richter até as 17h53 (no horário chileno, o mesmo de Brasília) desta sexta-feira (5).

O número de tremores abaixo dessa magnitude deve ser ainda maior, segundo o chefe do observatório sismológico da UnB (Universidade de Brasília), Jorge Sand França.

As réplicas registradas pelo USGS indicam que, em média, o Chile treme cerca de 35 vezes ao dia, ou seja, uma vez a cada 42 minutos.
Saiba mais

Segundo o sismólogo Jorge Sand França, “réplica é qualquer tremor que ocorra depois de um grande terremoto”. O especialista também explica que os epicentros dos tremores devem estar numa área próxima ao epicentro do primeiro sismo para serem classificados como réplica. No caso do Chile, a zona inclui uma área de 880 km².

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Embora pondere que é difícil falar em “padrão” na sismologia, França afirma que é comum observar réplicas dessas magnitudes depois de um sismo como o que atingiu o Chile. “Isso [as réplicas] é até bom, porque assim a energia [acumulada nas placas tectônicas] vai sendo liberada aos poucos”, diz.

Segundo o sismólogo, em teoria, isso retardaria -mas não evitaria- a probabilidade de ocorrer um outro terremoto de grande proporção na região. “Se tivesse uma calmaria [nas réplicas], poderíamos esperar um novo terremoto em alguns anos. Talvez uns 3 ou 5 anos. Mas isso é tudo especulação. A sismologia é uma ciência muito nova”, comenta.

França explica que é normal que as réplicas sigam ocorrendo em um período de até três meses após o terremoto. O Haiti, atingido por um sismo no dia 12 de janeiro deste ano, ainda segue registrando réplicas.

Dos 248 tremores contabilizados pelo USGS, 12 foram de magnitude igual ou superior a 6,0 na escala de Richter. O maior deles, de 6,6, ocorreu na manhã desta sexta-feira e provocou pânico na população.

"Este de agora foi mais forte. Assim que começou eu disse: ‘Aí vem de novo [o terremoto e tsunamis]’", disse Cristián Ruiz, um engenheiro de pesca de 38 anos, à agência de notícias Reuters. As Forças Armadas do Chile, entretanto, asseguraram que os últimos tremores não geraram tsunamis.

Ainda segundo França, a tendência é que nenhuma réplica atinja uma magnitude como a do terremoto de sábado.