Do UOL Notícias*
Em São Paulo
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, informou hoje que o balanço de mortos por causa do terremoto que atingiu o centro da Itália subiu para 207 pessoas, das quais 17 ainda não foram identificadas.
Segundo a imprensa italiana, há cerca de 1.500 feridos e a estimativa é que cerca de 50 mil pessoas estejam desabrigadas. As buscas por mais vítimas soterradas nos escombros prosseguem.
Equipes de resgate usam escavadeiras e as próprias mãos em na busca por sobreviventes. Mais de 24 horas depois de que o tremor sacudiu a região, equipes de emergência retiraram dois estudantes na manhã desta terça-feira dos escombros de prédios em L'Áquila, a cidade de montanhas mais atingida pelo terremoto.
Cerca de 100 pessoas foram retiradas dos escombros. Mas com muitos ainda desaparecidos a Defesa Civil diz que as esperanças de encontrar mais alguém com vida diminui a cada hora.
Na madrugada, equipes de resgate conseguiram salvar a jovem Marta Valente, que estava presa nos escombros de um imóvel de quatro andares que desabou devido ao terremoto.
A jovem dormia no momento em que o edifício que moravaem desabou. Vários pedaços grandes de cimento armado impediram que ela fosse atingida gravemente pelos escombros.
Dois outros tremores menores, de 4,8 graus e 3,6 graus, assustaram moradores e as equipes de resgate durante a noite de ontem, mas não houve registro de que tenham causado danos.
Apesar do frio, muita gente preferiu passar a madrugada no interior de seus carros, enquanto prossegue a mudança de desabrigados a diversos hotéis e albergues do litoral do mar Adriático.
Segundo relatos de italianos que estão no local, parte da população já havia deixado a cidade durante o dia, em busca de hotéis e casas de parentes. As pessoas que ficaram passaram a noite em abrigos improvisados pela Defesa Civil, como estádios esportivos e campos de futebol, ou mesmo dentro seus carros, em estacionamentos coletivos. O objetivo em todos os casos é se manter longe de construções que ainda corram risco de desabar.
Os desabrigados não têm permissão para retornar às suas casas, nem para recolher pertences nas próximas 48 horas.
* Arte UOL
Epicentro do terremoto que matou dezenas na Itália
O epicentro do tremor, que ocorreu às 3h32 desta segunda (horário local), 22h32 de domingo (horário de Brasília), foi localizado a 10 quilômetro de L'Aquila, 68 quilômetros a oeste da cidade de Pescara e 95 km ao nordeste de Roma. O Instituto de Geofísica dos EUA afirma que a magnitude do tremor foi de 6,3 graus, no entanto, o Instituto Nacional de Geofísica da Itália diz que foi de 5,8 graus.
Segundo o Consulado do Brasil em Roma, ainda não há informações sobre brasileiros feridos. Nenhum brasileiro entrou em contato com o serviço consular para alegar problemas causado pelo terremoto. O Consulado não soube precisar o número de brasileiros que vive na região de Abruzzo.
Mau tempo
Apesar do mau tempo, os serviços de emergência prosseguem com seus trabalhos. Segundo afirmou à Agência Efe um dos funcionários da Defesa Civil na região, Arturo Vernillo, quanto mais tempo passar, mais difícil será encontrar desaparecidos com vida.
Os moradores de L'Aquila contam que os tremores começaram por volta das 22h30 locais de ontem (17h30 pelo horário de Brasília), embora a maioria tenha permanecido em suas casas até o abalo mais forte, registrado em torno das 3h30 de hoje (22h30 de ontem de Brasília).
Simone De Meo contou à Efe que acordou às pressas o irmão, que estava dormindo, mandando que pusesse os sapatos e saísse para rua. "Nesse momento, senti muito pânico", afirmou.
Outro desabrigado, Giuseppe Cesarano, lembrou que sentiu o tremor mais forte com pedaços das paredes de seu quarto, que se soltaram, e com o corte da corrente elétrica. "Acordei e desci correndo para o jardim de casa".
Sua amiga Daniela Petito afirmou que nada dava a entender que o tremor da madrugada aumentaria até ficar tão forte, porque os dois anteriores haviam sido "bem suaves".
O terremoto desta madrugada foi percebido em grande parte do centro e do sul da Itália, da região de Emilia-Romagna e até Nápoles.
A imprensa estima entre 10 mil e 15 mil o número de edifícios atingidos pelo terremoto, entre eles prédios novos e contruções do século 15.
Reconstrução
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, declarou que "a situação organizativa é satisfatória" e que as autoridades estão "fazendo todo o possível para resgatar as pessoas sob os escombros".
"Tudo o que se pode fazer humanamente está sendo feito", acrescentou.
Além disso, o primeiro-ministro assegurou que 30 milhões de euros serão destinados de forma imediata aos desabrigados e que, por enquanto, não se faz necessária a ajuda de pessoal qualificado do exterior, lembrando que 35 países ofereceram "solidariedade e apoio" à Itália.
Berlusconi afirmou que posteriormente será feito um pedido aos fundos europeus que pode chegar a algumas centenas de milhões de euros.
*Com informações das agências EFE, Reuters e ANSA
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