segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sobe para 50 o número de vítimas de terremoto na Itália
A cidade de l'Aquila, na Itália foi a mais atingida pelo terremoto
* Alessandro Bianchi/Reuters
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Ao menos 50 pessoas morreram e dezenas continuam desaparecidas, segundo o ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, em decorrência do terremoto de 6,3 graus na escala Ritcher que atingiu a região central do país.
* Alessandro Bianchi/Reuters
Milhares ficaram desabrigados e tiveram que deixar suas casas
* Cronologia: os piores terremotos dos últimos anos
O epicentro do tremor, que ocorreu às 3h32 desta segunda (horário local), 22h32 de domingo (horário de Brasília), foi localizado a 68 quilômetros a oeste da cidade de Pescara e 95 km ao nordeste de Roma. O Instituto de Geofísica dos EUA afirma que a magnitude do tremor foi de 6,3 graus, no entanto, o Instituto Nacional de Geofísica da Itália diz que foi de 5,8 graus.
Alguns moradores da cidade de l'Aquila, a leste de Roma, na região montanhosa de Abruzzo, fugiram para as ruas na hora do tremor. A região foi a mais atingida pelo terremoto. De acordo com a imprensa local, diversos edifícios do centro histórico foram danificados e algumas residências desmoronaram, deixando dezenas de feridos e milhares de desabrigados. Segundo estimativas da Defesa Civil, encarregada de coordenar as operações de resgate, cerca de 50 mil pessoas estão desalojadas e estão sendo transferidas para hotéis e tendas de campanha.
"A situação é muito grave, porque o abalo afetou edifícios", disse Luca Spoletini, porta-voz do Departamento de Proteção Civil Nacional. Imagens de televisão mostraram as equipes de resgate socorrendo vítimas entre os escombros, muitas delas sangrando, que aguardavam para serem transferidas para os pronto-socorros da região. Parte do principal hospital da cidade teve que ser interditada porque havia risco de desmoronamento. Segundo a agência de notícias ANSA, entre as vítimas na cidade de l'Aquila, estariam quatro crianças. A cúpula de uma igreja na cidade desmoronou, além de sérios danos na catedral.
Moradores de diversas regiões da Itália, incluindo a capital Roma, que raramente é atingida por terremotos, sentiram o tremor.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, cancelou viagem que faria a Moscou por causa do terremoto em l'Aquila para ir até a região atingida. Berlusconi decretou estado de emergência, para liberar recursos para reconstrução da região.
"Eu acordei ao ouvir um barulho que parecia uma bomba", disse Angela Palumbo, 87, quando caminhava em uma rua de l'Aquila. "Nós conseguimos escapar enquanto as coisas caiam em torno da gente. Não me lembro nunca de ter visto nada assim na minha vida", disse.
VEJA IMAGENS
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Escombros espalhados por toda a cidade e nos municípios vizinhos, bloqueam estradas e impedindo equipes de salvamento. Muitos moradores tentam levantar escombros com suas próprias mãos, em uma busca por sobreviventes do terremoto.
De acordo com a BBC Brasil, um especialista em física que mora em l´Áquila, na Itália, revelou hoje que havia alertado as autoridades locais, há algumas semanas, sobre a possibilidade de um terremoto "desastroso" na região. "Há três dias estávamos vendo sinais fortes de terremoto", disse a jornais italianos Giampaolo Giuliani, técnico do Laboratório Nacional de Física e Astrofísica Gran Sasso. Segundo ele, o Instituto Italiano de Geofísica registrou cerca de 200 abalos sísmicos em Áquila nos últimos dois meses. No final de março, Giuliani disse às autoridades que a série de tremores registrados poderia ser o anúncio de um evento mais forte. Mas o técnico conta que foi acusado de "brincar com assuntos sérios" e que foi denunciado à polícia pela Prefeitura de Áquila por alarmar a população.
l'Aquila é uma cidade medieval, situada num vale rodeado pelos montes Apeninos, e tem cerca de 70.000 habitantes. O último grande terremoto que atingiu a região central da Itália foi um de 5,4 graus, que atingiu a região de Molise em outubro de 2002, matando 28 pessoas, sendo 27 crianças que estavam em uma escola que desabou.
*Com informações das agências Reuters, AFP, AP e EFE
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